Artigo – Lídio Cavalcanti um gênio que faz muita falta – por Herlon Cavalcanti

4 de agosto de 2017 0 Por blogem
Dia 04 de agosto de 1928, em
uma manhã de sábado na Cidade de Garanhuns Agreste Meridional, nascia o pequeno
Gênio: Lídio Bezerra Cavalcanti. Filho de Nabor Cavalcanti um professor de
literatura e música e Benvinda Bezerra doméstica, o pequeno Lídio desde cedo já
demostrava o dom da oratória, do improviso e da poesia popular.
O tempo foi passando e Lídio
ao lado dos 10 irmãos foram vivendo uma vida de sacrifício e muita luta. Aos 22
anos de idade, lídio chega a Caruaru para trabalhar em uma loja de tecido. Seu
sucesso foi tremendo, pois ele colocava nome de poetas nas peças de tecidos e
ficava declamando poesias e vendendo os retalhos de cada fardo. Sua fama ganhou
as ruas e logo foi convidado para trabalhar nos meios de comunicação. Lídio foi
funcionário das emissoras de rádios, Cultura, Difusora, liberdade. Lídio Bezerra
Cavalcanti, que fez da sua vida uma verdadeira entrega para a arte, cultura e
valorização dos nossos artistas. Nesse compasso do tempo, um universo de
lembranças perpetua.
Era década de 1960, caruaru
era uma cidade pacata e cheia de encantos e efervescência da cultura popular de
raiz. O visionário cultural Lídio Cavalcanti teve uma ideia em transformar o
terraço da radio Liberdade-AM em um espaço de show em seus programas: Brasil
caboclo e Agreste em Festa (a maior festa do agreste) o espaço foi ficando
pequeno e logo arrumaram um caminhão criou a caravana e foram para as ruas
fazer a festa. Era assim em cada semana e a coisa foi tomando forma e logo a
cidade estava com o clima de festejos juninos encantador, contagiando por onde
passava. Lídio foi quem deu o pontapé inicial nos festejos juninos da nossa
cidade nos programas de rádio. Os programas eram grandiosos e logo foi copiado
por outras emissoras.
Lídio ainda criou a novena
de ‘‘Maria Rezadeira”, o concurso de ruas mais ornamentadas com temática
junina em Caruaru, a Festa do Umbu, no Monte Bom Jesus, e o Festival de
Fogueteiros e Baloeiros. Além disso, ajudou a criar o Museu do Cordel ao lado
do poeta Olegário Fernandes, Lídio também foi funcionário Público Federal
levando arte e literatura para 900 cidades do Brasil através do programa
MOBRALTECA, ele também descobriu e revelou vários talentos radiofônicos, deixou
uma biblioteca com mais de três mil livros e escreveu várias obras que viraram
canções, como ‘‘Caruara, Caruaru’‘, ‘‘Mané Gostoso.” “Calor lá dentro”
“Palmeirinha palmeirá” “Pirulito feito de mel entre outras dezenas de sucessos
gravados por Azulão, Jacinto Silva, banda de Pífanos dos Bianos, Valmir Silva
entre outros. Ele também deixou seis livros de poesias e quatro de histórias de
Caruaru para serem publicados.
Hoje, me sinto com a
responsabilidade de manter viva a sua história. Apresento na Rádio Cultura do
Nordeste, todos os sábados, das 15h às 18h, o programa ‘‘Sábado Cultural”,
semente da sua história. Lídio é patrono da Academia, Caruaruense de Literatura
de Cordel.
Lídio Cavalcanti sempre foi
(e será) uma bandeira Cultural que continua hasteada em nossa história. Lídio
Cavalcanti faleceu em 06 de fevereiro de 2002. Sua ausência é sentida em cada
toque de sanfona, zabumba, triangulo ou em cada verso que a toda hora é
declamado solto no ar do universo poético que norteia essa cidade e que o tempo
jamais vai apagar.