Menino que teve coração atravessado por espeto foi salvo por milagre

22 de janeiro de 2018 0 Por blogem

Do G1 


Milagre”. Foi assim que a equipe médica classificou o
caso do menino, de 10 anos, que sobreviveu mesmo depois de ter o coração
atravessado por um espeto. De acordo com a cirurgiã vascular Andrea Rolim,
apesar da gravidade da lesão, a criança chegou ao Hospital da Restauração (HR),
na área central do Recife, conversando, respondendo a perguntas e tranquila.

O acidente ocorreu quando o garoto caiu de uma escada em cima de
um tonel onde estavam equipamentos para fazer churrasco
, em
Toritama, no Agreste, distante 170 quilômetros da capital.
Foto: WhatsApp/Cortesia
“O espeto acertou em cheio o coração.
Geralmente, em casos parecidos, os pacientes chegam aqui em situação gravíssima
ou, realmente, nem chegam. Isso é uma situação muito rara. Poucas vezes, vimos
algo assim. Eu nunca tinha visto. Foi um verdadeiro milagre”, pontuou a médica.
Segundo a explicação da equipe médica do
HR, o próprio espeto serviu para evitar o sangramento. De acordo com a cirurgiã
vascular, o objeto vibrava junto com as batidas do coração. O menino está
internado na unidade de saúde desde o acidente, ocorrido na quinta-feira (18).
Essa vibração ajudou a equipe a fazer o diagnóstico. “A
gente desconfiou que tinha uma lesão cardíaca ou o espeto estava muito próximo
do coração. O objeto funcionou como uma compressão. Ele fez o buraco e também
tampou essa abertura. Então, não teve sangramento”, explicou Andrea Rolim.
Para a equipe médica, o fato de ninguém
ter mexido no objeto foi primordial para salvar a vida da criança. Qualquer
movimento de retirada poderia ter causado um grave sangramento, levando o
menino a óbito.
“Ele é um garoto com muita garra, com
muito ânimo. Ele e a família estavam muito tranquilos. Isso ajudou muito o
nosso trabalho. Os primeiros socorros, feitos pela equipe do Hospital Nossa
Senhora de Fátima [em Toritama], foram muito importantes também”, comentou a
cirurgiã vascular do HR Claudia Albuquerque.
No Recife, a criança foi recebida por uma
equipe multidisciplinar. Com extremo cuidado, o procedimento cirúrgico demorou
cerca de uma hora e meia. “Fomos cauterizando o ferimento à medida que
retirávamos o espeto. Tudo com muito cuidado”, concluiu Andrea Rolim.

O menino já teve alta da Unidade de
Tratamento Intensivo (UTI), mas segue internado no hospital. Ele apresenta boa
recuperação, segundo Claudia Albuquerque. “Ele fez exames para avaliar o
coração. Está bem e respira sem a ajuda de aparelhos. A previsão é de uma alta
precoce”, comemora.