Lutas e Cores cobra as promessas feitas pela prefeita na campanha de 2016

30 de agosto de 2017 0 Por blogem
O Coletivo LGBT Lutas e
Cores divulgou, nesta quarta-feira (30), uma Carta Aberta endereçada à
Prefeita Raquel Lyra. Na Carta, o Lutas e Cores cobra a instalação imediata do
Centro de Referência LGBT que atenderia vítimas de violência motivada por
intolerância à diversidade sexual e à identidade de gênero. Essa solicitação do
Lutas e Cores foi apoiada por mais de 60 organizações, sindicatos e movimentos
sociais que subscreveram a carta em solidariedade ao Coletivo.
De acordo com o Lutas e
Cores, a lei 7547/2017 aprovada pela Câmara Municipal de Caruaru no mês de
julho, destinou R$ 165.000,00 para obras, instalações, equipamentos e material
permanente do Centro de Referência LGBT. Entretanto, até o presente momento
esse Centro não foi inaugurado para atender a população LGBT de Caruaru.
O Lutas e Cores também
cobrou outras promessas feitas pela atual Prefeita de Caruaru nas eleições de
2016. A Carta Aberta é mais um sinal da falta de diálogo com a população e da
dificuldade que a Prefeita Raquel Lyra vem tendo em sua gestão para atender as
promessas feitas na sua campanha. Confira a carta na íntegra:
CARTA ABERTA À PREFEITA DE
CARUARU: PRECISAMOS DA INSTALAÇÃO IMEDIATA DO CENTRO DE PROMOÇÃO E DEFESA DOS
DIREITOS LGBT
Caruaru, 30 de agosto de
2017.
Prezada prefeita, o Coletivo
LGBT Lutas e Cores vem por meio desta carta solicitar que a Prefeitura de
Caruaru crie e instale o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT no
município de Caruaru-Pernambuco.
No último dia 28 de Julho, a
Câmara de Vereadores de Caruaru aprovou o Projeto de Lei 7547/2017 que destinou
R$ 165.000,00 para obras, instalações, equipamentos e material permanente deste
equipamento público que tem por objetivo receber casos de violência e atuar na
defesa dos direitos humanos da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais (LGBT). Além disso, a mesma lei destinou R$ 90.000,00
para manutenção do programa de institucionalização da política pública LGBT.
Apesar destes recursos já terem sido aprovados, até agora não temos nenhuma
informação a respeito da sua aplicação por parte da Secretaria de
Desenvolvimento e Direitos Humanos.

Infelizmente, ocorrem
diversos casos de violência contra a população LGBT em Caruaru. Essa violência
é diária e pode ser física, psicológica, patrimonial, simbólica, etc. Nosso
município tem lamentavelmente se destacado em termos de assassinatos e suicídios
de LGBT, motivados pela violência LGBTfóbica que acomete nossa população.
Recentemente o assassinato
do jovem Marlon Wesley Santos Lucas foi noticiado na imprensa local e estadual.
Marlon foi perseguido e cruelmente espancado, no caminho de sua casa para o
trabalho. Infelizmente este jovem de apenas 24 anos, faleceu no dia 27 de abril
em função desse espancamento que resultou em um traumatismo craniano. Vítima de
uma violência motivada pela sua orientação sexual, Morlon foi espancado por ser
gay. Sua família encontrou inúmeras dificuldades para registrar um boletim de
ocorrência nas delegacias e ainda sofre com a impunidade. Outro caso muito
triste que evidencia essa lamentável violência contra a população LGBT de
Caruaru, foi o assassinato da jovem travesti Ewelin, no dia 22 de agosto.
Além dessas situações de
violência física, poderíamos citar alguns de violência psicológica que acometem
sobretudo os/as adolescentes e jovens LGBT. Não é incomum saber que mais um
LGBT tirou ou idealizou tirar a sua própria vida em Caruaru. Esses suicídios
são a mais escancarada expressão da LGBTfobia simbólica e psicológica.
Diante desse gritante
conjunto de violações e considerando o seu plano de governo apresentado no
último período eleitoral, reiteramos mais uma vez nossa solicitação pela
urgente instalação do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT.
Aproveitamos a ocasião, para lhe cobrar a efetivação de outras duas propostas
do seu plano de governo, a saber: “Implantar políticas públicas para o segmento
LGBT, a fim de combater o preconceito e a discriminação” e “Desenvolver
programa de atração e permanência de transexuais e travestis no ensino regular
ou na modalidade de Educação de Jovens e Adultos”.
Considerando a importância
desta solicitação e em apoio às demandas apresentadas pelo Coletivo LGBT Lutas
e Cores, subscrevem esta carta:
1 – Centro de Pesquisa em
Direitos Humanos, Gênero e Democracia – DIVERSA
2 – Marcha Mundial de
Mulheres – MMM Núcleo Agreste
3 – Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra – MST
4 – Articulação Brasileira
de Gays – ARTGAY
5 – Articulação Brasileira
de Jovens Gays – ARTGAY Jovem
6 – Observatório dos
Movimentos Sociais na América Latina
7 – Associação Brasileira de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT
8 – Fórum LGBT de Pernambuco
9 – Instituto Papai
10 – Ser Coletivo
11 – Mães Pela Diversidade
12 – Grupo de Trabalhos em
Prevenção Posithivo – GTP+
13 – Grupo Gaymado
14 – Movimento Gay Leões do
Norte
15 – Coletivo Nacional de
Lésbicas Negras Feministas Autônomas – CANDACES-BR
16 – Articulação e Movimento
para Travestis e Transexuais de Pernambuco – AMOTRANS
17 – Gestos –
Soropositividade, Comunicação e Gênero
18 – Movimento RUA –
Juventude Anticapitalista
19 – Sindicato dos
Enfermeiros de Pernambuco – SEEPE
20 – Sindicato dos
Trabalhadores em Educação de Pernambuco – SINTEPE
21 – Instituto Brasileiro de
Transmasculinidade – IBRAT
22 – Núcleo Feminista de
estudos em gênero e masculinidades – GEMA/UFPE
23 – Grupo Mulheres Somos
Todas Iguais
24 – União dos Estudantes
de  Pernambuco – UEP
25 – União Brasileira de
Mulheres – UBM
26 – União dos Estudantes
Secundárias de Caruaru – UESC
27 – União dos Estudantes
Secundaristas de Pernambuco – UESPE
28 – Federação Nacional dos
Estudantes em Ensino Técnico – FENET
29 – Movimento Correnteza
30 – Coletivo Afro Ilê
Dandara
31 – Diretório Acadêmico de
Psicologia Nena Marinho
32 – PDT Diversidade
33 – Movimento de Luta dos
Bairros, Vilas e Favelas – MLB
34 –  Movimento Luta de Classes – MLC
35 – Movimento de Mulheres
Olga Benário
36 – Unidade Popular pelo
Socialismo – UP
37 –  União da Juventude Rebelião – UJR
38 – Sindicato dos
Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Caruaru – SINTRACON
39 – Sindicato dos
Trabalhadores na Limpeza Urbana de Caruaru e Região – SINDLIMP
40 – Sindicatos dos
Mototaxistas de Caruaru – SINDMOTO
41 – Sindicato dos
Trabalhadores de Telemarketing de Pernambuco –
SINTELMARKETING
42 – Comitê Estudantil ASCES
Pela Democracia – ASCES/UNITA
43 – Diretório Acadêmico de
Direito Gilberto Freitas de Araújo (DAGFA) – ASCES/UNITA
44 – Fórum Nacional de
Travestis e Transexuais Negras e Negros – FONATRANS
45 – Associação Nordestina
de Travestis e Transexuais -ANOTRANS
46 – União de Negros Pela
Igualdade – UNEGRO Caruaru
47 – Articulação Brasileira
de Lésbicas – ANAL
48 – Movimento D’ELLAS
49 – Diretório Academico de
Comunicação Social Álvaro Lins do Campus Agreste da UFPE
50 – Diretório Acadêmico de
Serviço Social Celso Severo – Faculdade Maurício de Nassau – unidade Caruaru
51 – União da Juventude
Socialista
52 – Coletivo o/a CUCA Te
Pega da Universidade Federal Rural de Pernambuco
53 – CUCA Pernambuco
54 – União Nacional de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – UNALGBT
55 – A União Metropolitana
de Estudantes Secudaristas de Pernambuco – UMES/PE
56 – Associação Nacional de
Militares e Forças Armadas Vivendo com HIV – Asnamfa+
57 – Central dos Movimentos
Populares
58 – Secretaria Nacional
LGBT do PT
59 – Rede Nacional de Negras
e Negros LGBT
60 – Central Nacional LGBT
61 – Coletivo Para Todos
62 – Centro Acadêmico de
Pedagogia Erton Cabral do CAA-UFPE
63 – Levante Popular da
Juventude
64 – Rede LGBT do Interior
de Pernambuco
65 – Grupo LGBT Sete Cores
66 – Representação Discente
do Programa de Pós Graduação em Educação Contemporânea do Campus Agreste/UFPE