Deputado de Caruaru defende o forró nos festejos juninos

7 de junho de 2017 0 Por blogem
O deputado Tony Gel (PMDB)
repercutiu, na Reunião Plenária desta terça (6), críticas de artistas
nordestinos à descaracterização da festa de São João. Os posicionamentos,
expressos em entrevistas, artigos e nas redes sociais, dizem respeito à
desvalorização, em eventos patrocinados pelo Poder Público, de ritmos do
Nordeste tradicionais no período, como o forró, frente a outros, como sertanejo
e axé-music.
O parlamentar enfatizou que,
além do forró, o xote, o baião e a mazurca, por exemplo, têm junho como o
período de maior execução, ao passo que os outros ritmos mais comerciais podem
ser ouvidos em qualquer lugar do País o ano inteiro. Ele citou as preocupações
expressas por artistas como Elba Ramalho e Silvério Pessoa e pela Associação de
Forrozeiros.
“O receio não deve ser
apenas dos artistas, mas também nosso, como representantes do povo
pernambucano, que é apaixonado pelo forró”, disse. “Mesmo turistas que vêm do
Sul e Sudeste para curtir nosso São João e ouvir música nordestina ficam
impressionados com a descaracterização”, emendou.
Outro ponto abordado no
discurso foi quanto ao recolhimento dos valores referentes aos direitos
autorais das obras executadas. O deputado destacou as queixas expostas pelos
músicos Nando Cordel e Maciel Melo, e demandou uma fiscalização mais eficiente
do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).
Em aparte, Antônio Moraes
(PSDB) citou a disparidade entre os cachês pagos a artistas locais tradicionais
e a músicos sertanejos de outros Estados. “O Governo disse que só vai financiar
bandas do Estado. Espero que isso ocorra e que as Prefeituras, que não têm
dinheiro para medicamentos, não deem R$ 500 mil para pagar uma banda”,
expressou.

Isaltino Nascimento e Laura
Gomes, ambos do PSB, citaram a decisão da ex-prefeita de Olinda Luciana Santos,
que proibiu em 2001 a execução de axé e ritmos de outros Estados, como exemplo
de ação do Poder Público para preservar tradições musicais e evitar a
“aculturação”.