Catarata afeta milhões de brasileiros e segue como principal causa de cegueira evitável no país
30 de dezembro de 2025Doença tem tratamento curativo, mas diagnóstico tardio e falta de acompanhamento ainda dificultam a reversão da perda visual
Você já percebeu a visão embaçando aos poucos, dificuldade para ler ou para reconhecer rostos à distância? Atualmente, o Brasil tem cerca de 35 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, e quase um terço delas já recebeu diagnóstico de catarata. Segundo o Ministério da Saúde, a catarata é a principal causa de cegueira evitável no país, mesmo existindo tratamento eficaz e amplamente disponível.
De acordo com a Dra. Carolina Lessa, oftalmologista do Hospital Santa Luzia, embora a catarata esteja diretamente associada a perda de visão, ela tem tratamento seguro e resultados bastante positivos. “A catarata faz parte do processo natural de envelhecimento, mas hoje contamos com recursos seguros e eficazes para tratar a doença e recuperar a visão quando ela começa a interferir no dia a dia”, explica a médica.
Um dos principais desafios no enfrentamento da catarata é o diagnóstico tardio. Muitas pessoas só procuram atendimento quando percebem uma piora mais evidente da visão. Segundo a especialista, com informação e acompanhamento adequado, é possível identificar a doença precocemente e evitar maiores prejuízos. “Em muitos casos, a catarata evolui de forma lenta e silenciosa, o que reforça a importância das consultas regulares, mesmo quando a pessoa acredita estar enxergando bem”, afirma.
O que é a catarata?
Com o passar do tempo, o cristalino, lente natural do olho, perde sua transparência, dificultando a formação nítida das imagens na retina. “A gente nasce com o cristalino transparente, que funciona como uma lente intraocular. Ao longo dos anos, ele vai ficando opaco, o que prejudica progressivamente a visão”, explica a Dra. Carolina Lessa.
Além do envelhecimento natural, outros fatores podem acelerar ou antecipar o surgimento da catarata, como o uso prolongado de corticoides, traumas oculares, diabetes e outras doenças sistêmicas. Há ainda a catarata congênita, presente desde o nascimento, geralmente identificada ainda na infância por meio do teste do olhinho.
Cirurgia de catarata é segura
O tratamento da catarata é cirúrgico e considerado definitivo. O procedimento consiste na retirada do cristalino opaco e na implantação de uma lente intraocular artificial. “A cirurgia de catarata é curativa. O paciente não precisa operar novamente”, esclarece a oftalmologista.
Em alguns casos, pode ocorrer um embaçamento secundário da lente implantada, conhecido como opacificação da cápsula posterior, uma situação comum e de fácil resolução. “Se, meses ou anos depois, a visão voltar a embaçar, não é a catarata que voltou. É apenas a lente que precisa de uma limpeza a laser, um procedimento simples e rápido”, explica.
Catarata também pode afetar pessoas mais jovens
A catarata é uma condição praticamente universal entre as pessoas que envelhecem. “Entre os 55 e 60 anos, o processo geralmente começa, mas a velocidade e a intensidade variam de pessoa para pessoa”, afirma a especialista.
Ainda assim, a doença também pode afetar pessoas mais jovens em situações específicas. “A catarata pode surgir em pacientes mais jovens, especialmente quando há fatores associados. Por isso, é sempre bom lembrar que a idade, sozinha, não exclui a possibilidade do diagnóstico”, esclarece a Dra. Carolina Lessa.
Especialistas reforçam que a principal estratégia para evitar a cegueira causada pela catarata é o diagnóstico precoce aliado ao acompanhamento oftalmológico regular. Consultas periódicas permitem identificar alterações iniciais e definir o melhor momento para a intervenção cirúrgica. “A catarata não precisa ser sinônimo de cegueira. Com informação, acompanhamento e acesso ao tratamento, é possível preservar a visão e garantir mais qualidade de vida”, conclui a médica. Foto: Banco de Dados/Divulgação
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