É falso que Coca-Cola esteja contaminada com metanol ou que JN e Renata Vasconcellos tenha feito um alerta

Tem circulado nas redes sociais, especialmente em plataformas de vídeo como o TikTok, um conteúdo que alerta para uma suposta contaminação da Coca-Cola com metanol. A mensagem, apresentada em formato de reportagem, afirma que lotes da bebida teriam sido identificados com a substância tóxica, com registros de dezenas de vítimas e mortes.
O vídeo utiliza recursos que aumentam a impressão de credibilidade: a narração é atribuída à jornalista Renata Vasconcellos, apresentadora do Jornal Nacional, e circulam até supostos prints do portal G1. O alerta é alarmista, citando sintomas graves como cegueira, falência de órgãos e até morte, além de mencionar casos em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Confira o texto do boato que tem sido replicado:
Metanol é detectado em lotes da Coca-Cola Substância tóxica foi identificada em testes laboratoriais feitos por órgão de fiscalização sanitárias Coca-Cola contaminada com metanol por todo o Brasil. Já são mais de 40 vítimas e 8 mortos. Garrafas de Coca-Cola estão sendo encontradas contaminadas com metanol no Brasil, colocando a vida de milhares de consumidores em risco. O metanol, uma substância altamente tóxica, pode causar cegueira irreversível, falência dos órgãos e até levar à morte.

Já são mais de 40 vítimas com 8 mortes confirmadas. Casos de intoxicação foram registrados em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com várias vítimas internadas. O governo e a Coca-Cola estão investigando a origem dessa contaminação, mas a grande pergunta é: quantos mais lotes estão contaminados? Se você consumiu Coca-Cola recentemente, especialmente em lugares informais, fique atento aos sintomas de intoxicação: dor de cabeça intensa, náuseas ou visão embaçada. Caso sinta qualquer um desses sinais, busque atendimento médico imediatamente. Compartilhe essa informação com amigos e familiares. O risco é real e a segurança alimentar no Brasil está em jogo. A situação está se espalhando rapidamente e todos precisam estar cientes para se protegerem.
Esta desinformação surge em um contexto mais amplo de boatos sobre a segurança de bebidas no Brasil, em meio a notícias reais de adulteração com metanol em destilados falsificados, mas não encontra respaldo em nenhuma fonte oficial. Para esclarecer, vamos responder às seguintes questões: 1) Coca-Cola está contaminada com metanol, causando mortes e vítimas no Brasil? 2) Renata Vasconcellos, o Jornal Nacional e o G1 falaram sobre Coca-Cola contaminada com metanol? 3) Há fakes similares sobre o assunto e com a imagem de Renata Vasconcellos?
Não. Essa alegação é falsa. Não existe qualquer registro oficial ou notícia confirmada por órgãos como a Anvisa ou a Polícia Federal de que lotes de Coca-Cola tenham sido contaminados com metanol no Brasil. O metanol é uma substância industrial altamente tóxica, mas os casos de adulteração de bebidas registrados no Brasil até o momento, envolveram bebidas alcoólicas destiladas falsificadas, e não refrigerantes. Portanto, a menção a “mais de 40 vítimas e 8 mortos” é uma invenção para dar peso à desinformação.

Renata Vasconcellos, o Jornal Nacional e o G1 falaram sobre Coca-Cola contaminada com metanol?
Não. Não houve qualquer reportagem ou alerta oficial sobre a contaminação de Coca-Cola por metanol veiculado no Jornal Nacional ou no G1. O uso da imagem e voz da jornalista Renata Vasconcellos, assim como de supostos prints do G1, é uma fraude que utiliza técnicas de montagem ou, mais frequentemente, inteligência artificial (deepfake) para conferir credibilidade a uma história sem base na realidade.

Há fakes similares sobre o assunto e com a imagem de Renata Vasconcellos?
Sim, esta história faz parte de uma onda de desinformação mais ampla. O boato sobre a Coca-Cola surgiu em meio a outros fakes que se aproveitaram de notícias reais de adulteração de bebidas alcoólicas falsificadas com metanol. Outras mensagens falsas, já desmentidas, citaram cervejas como a Heineken ou fizeram alertas exagerados e falsos sobre bebidas alcoólicas em geral. Além disso, a imagem de Renata Vasconcellos é um alvo recorrente de deepfakes para dar suporte a notícias falsas, como alertas sobre leis de toque de recolher ou a contaminação de cervejas.
O conteúdo que aponta que lotes de Coca-Cola no Brasil teriam sido contaminados com metanol é falso. Não há registros de vítimas, mortes ou comunicados de órgãos oficiais que confirmem essa informação. A história utiliza a imagem da jornalista Renata Vasconcellos em uma montagem ou deepfake para simular um alerta sério e se aproveita do medo gerado por notícias reais de adulteração em outras categorias de bebidas.
Esse artigo é do Boatos.org