A importância da conscientização sobre a Síndrome do Olho Seco

A importância da conscientização sobre a Síndrome do Olho Seco

29 de junho de 2025 Off Por blogem

Oftalmologista alerta sobre sintomas e cuidados com o uso de colírios.


Ardência, coceira, sensação de areia nos olhos ou até mesmo o lacrimejamento excessivo podem ser sinais de olho seco, uma síndrome que afeta cerca de 10% da população do país, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, é mais comum em mulheres a partir dos 50 anos, principalmente após a menopausa, mas pode ocorrer em qualquer idade. Em um cenário de rotinas cada vez mais conectadas e ambientes fechados, o olho seco exige atenção especial. Julho, mês de conscientização sobre a síndrome, é um convite ao cuidado com a saúde ocular e à busca de orientação médica ao menor sinal de desconforto.

A síndrome do olho seco é uma condição multifatorial que compromete a lubrificação e estabilidade da superfície ocular, podendo causar desconforto, irritação e até prejuízos à visão. Segundo a oftalmologista Manuela Tenório, do Hospital Santa Luzia, a doença está frequentemente associada a fatores ambientais e orgânicos. “O olho seco está relacionado a questões como exposição prolongada a ambientes fechados com ar-condicionado ou ventilação artificial. Além disso, alterações hormonais, como a menopausa, são fatores de risco importantes para o desenvolvimento da síndrome”, explica a médica.

Com o avanço da idade, há uma diminuição natural na produção de lágrima, especialmente nas mulheres, por influência das mudanças hormonais. Isso ajuda a explicar por que a síndrome acomete principalmente o público feminino após os 50 anos. A lágrima, que mantém a superfície ocular hidratada e protegida, é composta por três camadas: mucosa, aquosa e lipídica. Esta última, formada por gordura, é responsável por evitar a evaporação precoce da lágrima. Quando essa camada não está equilibrada (por disfunção de glândulas sebáceas, por exemplo) a lágrima evapora rapidamente, provocando o tipo mais comum da doença: o olho seco evaporativo.

Os sintomas clássicos incluem sensação de areia, ardência, coceira e necessidade constante de piscar. Em alguns casos, o desconforto é facilmente identificado. Já em outros, o excesso de lágrima também pode ser um indicativo da síndrome, um mecanismo de compensação do organismo, que tenta equilibrar o ressecamento ocular. “Às vezes, o próprio lacrimejamento é um sintoma de olho seco. O olho ressecado estimula a produção de lágrima, mas a pálpebra, especialmente em pessoas idosas, pode não conseguir distribuir esse volume adequadamente, causando extravasamento. Por isso é fundamental procurar avaliação oftalmológica”, alerta Manuela.

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia também indica doenças como artrite reumatoide, diabetes e doenças da tireoide, além do uso prolongado de certos medicamentos, como anti-histamínicos, antidepressivos e medicamentos para pressão arterial como fatores que podem ser associados ao desenvolvimento do olho seco.

Apesar de ser uma condição crônica, o olho seco pode ser controlado com medidas simples. A médica recomenda o uso de colírios lubrificantes de três a cinco vezes ao dia para aliviar os sintomas, especialmente em casos leves. No entanto, ela faz um alerta importante sobre o uso indiscriminado de colírios. “Nem todo colírio é lubrificante. Medicamentos como colírios antiglaucomatosos também podem agravar o ressecamento ocular. Os que contêm nafazolina, por exemplo, podem provocar efeito rebote e agravar o quadro. Os colírios à base de carmelose sódica são mais indicados para o tratamento do olho seco”, orienta a oftalmologista. .

Além dos fatores ambientais e hormonais, o uso excessivo de telas eletrônicas, como celulares e computadores, também contribui para a síndrome, inclusive em crianças e jovens. “É uma síndrome que pode acometer qualquer faixa etária. Por isso, na presença de sintomas como ardência, queimação e sensação de ressecamento, é importante buscar orientação especializada. Em alguns casos, pode se tratar de outras condições, como ceratite, alergias ou alterações da pálpebra”, finaliza a especialista. Manuela Tenório.

Pequenas mudanças de hábito também fazem diferença no controle da condição, como manter o ambiente úmido, evitar exposição direta ao ar-condicionado, fazer pausas regulares durante o uso de telas, piscar com mais frequência e manter-se bem hidratado são atitudes que contribuem para a saúde dos olhos. Durante o mês de julho, campanhas educativas e ações de conscientização buscam alertar a população sobre os sintomas do olho seco e a importância do cuidado preventivo.  O diagnóstico correto e o acompanhamento regular com um oftalmologista são fundamentais para evitar complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 
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