
Caruaru: 168 anos de uma história que une arte e tradição
16 de maio de 2025_Historiador destaca a importância da comemoração como uma forma de rever e refletir sobre a identidade cultural da cidade_
No dia 18 de maio, Caruaru, localizado no coração do Agreste pernambucano, chega aos seus 168 anos de fundação. A cidade, que, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui mais de 378 mil habitantes, surgiu a partir de uma fazenda em 1857 e hoje é um dos principais polos culturais e econômicos de Pernambuco. De acordo com o historiador e professor do Colégio GGE, João Pedro Holanda, o aniversário vem não só para comemorar a história do município, mas também para promover uma reflexão sobre as tradições e o sentimento de identificação do povo caruaruense.
“No GGE, temos a intenção de fazer com que os estudantes criem vínculos profundos com a sua comunidade local, entendendo a cidade não só no sentido geográfico, como um espaço delimitado por fronteiras, mas entendendo-a como um lugar onde as pessoas que ali moram pulsam, vivem e se identificam com a história e com a cultura”, explica. E, quando se trata da riqueza das tradições caruaruenses, existem três elementos que não podem ser deixados de lado: a agricultura, que representa um dos meios centrais de desenvolvimento do município, o comércio, que coloca a cidade como um grande polo comercial do Estado, especialmente com a Feira de Caruaru, e a arte do barro, com o artesanato e a produção de cerâmica.
“A arte figurativa conecta duas questões fundamentais da cidade e da sua formação histórica, que é o apego à terra e à sua característica comercial. Para quem deseja conhecer a arte caruaruense, além de ir à clássica e cantada Feira de Caruaru, é interessante buscar os ateliês de artesanato do barro, como a Casa Museu do Mestre Vitalino, os ateliês ligados à família de Manuel Eudócio e os espaços ligados à Mestra Ernestina e a Mestra Marliete”, ressalta.
Para o especialista, aproximar-se dessa identidade histórica é o primeiro passo para a formação de uma consciência cidadã. Nesse sentido, ele ainda menciona a multiplicidade cultural em torno de Pernambuco e do Brasil todo, o que torna mais especial as características singulares de cada espaço. “Em um país tão grande como o nosso, não podemos nos prender à ideia de uma única tradição, pois vivemos em um contexto diverso culturalmente. Então, o que há de concreto na vida das pessoas é muito mais do que o espaço da cidade, que é uma noção imaginada, mas esse sentimento de pertencimento construído na comunidade, na rua e na escola”, finaliza.
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Foto ilustrativa: Reprodução