
Glaucoma de Marrone alerta para o acompanhamento precoce da doença
31 de julho de 2024caso do cantor sertanejo Marrone, que perdeu parte da visão periférica por conta do glaucoma, ganhou as manchetes. O episódio serve de alerta para a importância do acompanhamento da doença, que muitas vezes é silenciosa nas fases iniciais e costuma se manifestar já em estágio mais avançado.
O glaucoma é um conjunto de condições que leva à lesão do nervo óptico, que é o nervo responsável por encaminhar a informação visual ao cérebro. É uma doença crônica, que não tem cura, assim como pressão alta ou diabetes; mas com o acompanhamento periódico e adequado, pode ter um bom controle, e a maioria dos pacientes terá sua visão preservada durante toda a vida, sem prejuízos na sua qualidade de vida”, explica a oftalmologista Mariana Barros, especialista em glaucoma do Hospital de Olhos Santa Luzia.No caso de Marrone, o glaucoma é hereditário, pois outras pessoas da família do sertanejo também sofrem da doença. O cantor já tratava o glaucoma com colírios e decidiu procurar um médico após sentir uma dor de cabeça que não estava relacionada com a doença, mas ajudou a diagnosticar um agravamento assintomático do problema,
O glaucoma é uma doença que acomete 1,5 milhões de brasileiros e é a maior causa de cegueira irreversível no mundo. Estudos projetam que em 2030, 95,4 milhões sofram da doença globalmente. Apesar da gravidade do quadro, quatro em cada dez pessoas não sabem o que é, de acordo com levantamento realizado pelo Ibope Inteligência, a pedido do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). O índice chega a 53% entre jovens com idade entre 18 a 24 anos e a 71% entre adultos com 55 anos ou mais. Há, ainda, diferença em relação ao gênero: 44% dos homens consultados estão desinformados sobre o assunto, contra 38% das mulheres.
O glaucoma é caracterizado por uma alteração do nervo óptico que leva a um dano irreversível das fibras nervosas e, consequentemente, perda de campo visual e podendo levar à perda da visão. Essa lesão pode ser causada por um aumento da pressão ocular ou uma alteração do fluxo sanguíneo na cabeça do nervo óptico. “O grande fator de risco para o desenvolvimento do glaucoma e do avanço da doença é o aumento da pressão intraocular; e a redução dessa pressão é o principal objetivo do tratamento“, afirma a oftalmologista Mariana Barros.
A doença é capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo, pois 80% dos casos não apresentam sintomas no início. “O acompanhamento periódico com o médico oftalmologista especialista em glaucoma é fundamental, já que se trata de uma doença na maior parte das vezes assintomática, e a avaliação do nervo óptico e dos exames funcionais, como o campo visual, orientam sobre o controle da doença e as alternativas de tratamento”, aponta a oftalmologista Mariana Barros.
Uma pessoa com glaucoma em estágio avançado terá visão embaçada, dificuldades para enxergar em ambientes escuros, e perda de visão lateral, com uma mancha escura em volta. Há várias opções de tratamento para o glaucoma. Apesar da doença não ter cura, é possível evitar a sua progressão através do controle da pressão intraocular.
“Felizmente, hoje em dia, dispomos de um arsenal terapêutico amplo, que vai desde colírios hipotensores oculares, a tratamentos com lasers e cirurgias. O diagnóstico precoce da doença é fundamental para que possamos agir quando ainda não haja alterações visuais funcionais e impactos na qualidade de vida”, finaliza a oftalmologista Mariana Barros. Foto: Banco de dados
Seja seguidor do Instagram do Blog @blogdoedvaldomagalhaes