Alergias e ceratocone: entenda a relação entre as doenças

Alergias e ceratocone: entenda a relação entre as doenças

26 de junho de 2024 Off Por blogem

Quem nunca coçou os olhos? Esse hábito comum e até frequente para tantas pessoas é capaz de representar um grande perigo para a saúde ocular, pois pode causar uma alteração no formato da córnea. Essa condição é chamada de ceratocone, uma das maiores causas de transplante de córnea no mundo. O mês de Junho, chamado de Junho Violeta, é dedicado a conscientizar a população sobre a doença.

De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o problema atinge uma a cada 2 mil pessoas no Brasil e, por ano, afeta cerca de 150 mil brasileiros. “O principal fator que causa essa deformação no formato da córnea é coçar os olhos. A força que fazemos ao coçar os olhos causa o enfraquecimento na córnea e a consequente mudança no formato. É uma doença que costuma surgir no final da infância e início da adolescência”, explica a oftalmologista Carolina Guimarães, do HOPE.

Outro fator de risco para desenvolver o ceratocone é a propensão a apresentar reações alérgicas diversas, como rinite, sinusite, entre outras, condições frequentes nesta época do ano. O período também coincide com o São João, que gera o alerta para os perigos da fumaça e fuligem das fogueiras.  “Na nossa região, temos aumento de mofo, e com o frio, muitas vezes vestimos aquela roupa que estava guardada, nos expondo à ácaros. E com as chuvas ficamos mais tempo em ambientes fechados, aumentando nossa exposição aos aeroalérgenos. Além disso, temos maior circulação de vírus respiratórios, como a influenza”, aponta a otorrinolaringologista Raquel Rodrigues, do HOPE.

Sintomas como lacrimejamento, coceira e secreção são comuns em casos alérgicos. Quadros do tipo também podem causar irritação ocular, o que favorece a coceira nos olhos e consequentemente, o surgimento do ceratocone. O ceratocone não tem cura, mas existe controle. Quando falamos em tratamento sempre conversamos sobre dois pontos importantes. O primeiro é: o que podemos fazer para estacionar a doença. E o segundo: o que podemos fazer para melhorar a visão”, diz a oftalmologista Carolina Guimarães, do HOPE.

A recomendação é cuidar dos quadros alérgicos para também proteger a visão. O tratamento vai variar de acordo com a causa. “O paciente com algum quadro viral vai precisar de medidas como analgésicos e antitérmicos e realizar a lavagem nasal para a secreção não acular e eventualmente o quadro evoluir para uma sinusite bacteriana. Já pacientes de rinite, além da lavagem nasal e antialérgicos, podem utilizar spray nasal com corticoide para ajudar a aliviar esses sintomas”, orienta a otorrinolaringologista Raquel Rodrigues.

Foto de capa: Reprodução/Banco de dados.