
Dia do Rio Ipojuca: rio é considerado o terceiro mais poluído do Brasil
9 de maio de 2024O Rio Ipojuca é considerado o terceiro mais poluído do Brasil, e a data 9 de maio foi instituída como Dia do Rio Ipojuca. Lei Municipal – No dia 30 de abril de 2015, a Câmara de Vereadores de Caruaru, instituiu a data como dia do Rio Ipojuca, não para comemorar mas para discutir as problemáticas do rio e conscientizar as pessoas, a fim de promover o resgate do rio. Lei Estadual – Em maio de 2018 foi publicado no Diário Oficial de Pernambuco, um Projeto de Lei que institui no calendário de eventos de Pernambuco o Dia Estadual do Rio Ipojuca.
A data é comemorada em 9 de maio, com ações de conscientização nos municípios cortados pelo Rio. O objetivo da medida é incentivar a preservação e a conservação da bacia hidrográfica. A medida é de autoria da então deputada Laura Gomes, que justificou o projeto apontando que “a instituição do Rio Ipojuca no âmbito Estadual é medida necessária para a introdução da conscientização da população dos municípios cortados pelo Rio, objetivando a ampla divulgação sobre a preservação do mesmo em todos os sentidos, além da promoção de eventos alusivos à necessidade de sua conservação”.
Apalavra Ipojuca tem sua origem no tupi-guarani yapó-yuc, que significa podre, estagnado, banhado de água pútridas, pântano. O rio nasce nas encostas da serra pau d’arco, no município de Arcoverde, 876 m acima do nível do mar. Com extensão de 323,9 km, é o segundo rio mais extenso do estado de Pernambuco e, infelizmente, é um dos rios mais poluído do Brasil. Tem percurso no sentido oeste para leste, possuindo uma extensão da área da bacia hidrográfica de 3.435,34 km². O rio corta 25 municípios pernambucanos e abrange as quatro mesorregiões (sertão, agreste, zona da mata e região metropolitana do Recife), abrangendo territórios parciais de 25 municípios: Belo Jardim, Bezerros, Caruaru, Chã Grande, Escada, Gravatá, Ipojuca, Poção, Primavera, Sanharó, São Caetano, Tacaimbó, Agrestina, Alagoinha, Altinho, Amaraji, Arcoverde, Cachoeirinha, Pesqueira, Pombos, Riacho das Almas, Sairé, São Bento do Uma, Venturosa e Vitória de Santo Antão.
Assoreamento – Acúmulo de sedimentos pelo depósito de terra e resíduos sólidos na calha do rio. As águas das enchentes não terão espaço dentro do rio e ocuparão toda a margem e outros espaços;
Construções irregulares – De acordo com o novo código florestal, as faixas marginais de qualquer curso d’água serão Área de Preservação Permanente (APP). Logo, um rio com 10m de largura deverá ter preservado 30 m de cada margem;
Mata Ciliar – é a formação vegetal localizada nas margens do rio. É considerada área de preservação permanente com diversas funções, evitando processos erosivos, assoreamento, construções irregulares e descarte irregular de lixo. Além disso, nutre o ecossistema aquático, o que é de fundamental importância para preservar e conservar a “saúde” do rio;
Poluição – O descarte inadequado dos resíduos sólidos contribui para a proliferação de vetores de doenças (baratas, ratos, moscas e formigas). Fonte: Livro Caruru Caruaru. Autor: Nelson Barbalho.
Fotos: Alexandre Nunes/Arquivo pessoal
Por João Cândido Júnior, vice-presidente executivo do Movimento Ecológico SOS Rio Ipojuca: “No dia dedicado ao nosso maior patrimônio natural da região agreste em especial, o RIO IPOJUCA, apesar de se ter pouco a comemorar, mas momento de continuar lutando por dias melhores e nos unirmos na recuperação do seu leito, liberação de suas áreas de várzea e da retirada dos esgotos domésticos e industriais em toda sua calha.
Vendo nessa manhã as águas turvas que inundam a cidade de Canoas RS nos faz refletir e lembrar da cheia de 2004 no nosso esquecido IPOJUCA que atingiu Caruaru drasticamente, de lá até hoje o assoreamento aumentou enormemente e as áreas de várzea quase não existe mais, onde o instituto de Geologia do Brasil classificou já em 2002 como de MUITO ALTO RISCO essa situação.
Para esse dia quero propor um desafio às pessoas que amam suas famílias e Caruaru a se engajarem num Projeto de criação de um programa para se criar meios de prevenção para o que pode vir acontecer nas próximas cheias do IPOJUCA, como ex. reserva de colchões, botas, luvas, capas de chuvas, móveis, lonas, barracas, fogões, etc.
Não podemos esperar pelo Poder Público, só por DEUS e por nós, que façamos a nossa parte”, concluiu João Cândido Júnior.
Seja seguidor do Instagram do Blog do Edvaldo Magalhães, para poder comentar @blogdoedvaldomagalhaes