
Março Amarelo alerta sobre os mitos e as verdades sobre a endometriose
12 de março de 2024Campanha para o Mês da Mulher reforça a conscientização nacional sobre a doença inflamatória que afeta de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil
A endometriose afeta sete milhões de mulheres somente no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença compromete a qualidade de vida, na grande maioria dos casos provocando dores e fadiga. Ainda que a divulgação da doença seja uma crescente nos últimos anos, o desconhecimento é o principal motivo propagador de informações incorretas sobre a endometriose. Março é o mês dedicado à campanha nacional intitulada Março Amarelo, voltada para a conscientização sobre essa doença inflamatória crônica. Desde 2022, o Brasil conta com uma data que marca a luta contra a endometriose – Dia 13 de Março. É mais uma oportunidade para esclarecer os mitos e a verdade a respeito da endometriose.
Os sintomas das mulheres que sofrem com a endometriose são variados. Entre eles, dor exacerbada, como cólicas menstruais, e dores nas relações sexuais. Algumas também apresentam cólicas para evacuar, e convivem com dor e incômodos ao urinar, principalmente no período menstrual.
São muitos os mitos que cercam a doença – e dizem respeito asintomas e tratamento. Vão desde a suposta cura com a retirada do útero até a informação de que, após engravidar, a mulher deixa de sofrer com sintomas da endometriose. Uma parcela depacientes acredita que a histerectomia (procedimento cirúrgico para retirada total ou parcial do útero) pode curar completamente a endometriose (uma vez que não haverá mais menstruação) ou que após a gravidez há uma redução dos sintomas.
O diagnóstico pode ser feito a partir de exames como a ultrassonografia transvaginal (sobretudo com preparo intestinal)e a ressonância magnética da pelve. “É importante que as mulheres sejam acompanhadas por médicos capacitados e façam seus exames regularmente com qualidade diagnóstica envolvida”, destaca a médica radiologista Andrea Farias de Melo Leite, do Centro de Diagnóstico Lucilo Ávila, que tem especialização em imagem abdominal, pélvica e oncológica.
A doença pode manifestar-se de três maneiras: é superficialquando acomete os órgãos ou peritônio, membrana que recobre os órgãos da região abdominal e pélvica. Profunda, quando atinge mais de cinco milímetros (5mm) de tecido; e ovariana, que se caracteriza pela formação de cistos nos ovários, preenchidos sangue – chamados de endometriomas.
“A endometriose é uma doença crônica, que regride espontaneamente com a menopausa, mas não se deve esperar até lá. Há diagnósticos e tratamentos modernos, aplicados de acordo com os sintomas, que ajudam a controlar a doença e que ajudam na melhoria da qualidade de vida das pacientes”, explica a radiologista Andréa Leite, que também é professora de radiologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e com doutorado na USP.
Há tratamentos que ajudam a controlar a doença, aplicados de acordo com os sintomas, que ajudam na melhoria da qualidade de vida das pacientes. É o caso dos que suspendem as menstruações. Mudança no estilo de vida, com a realização de atividades físicas e uma dieta que reduza o risco de inflamações,também auxiliam no tratamento.
A doença se manifesta de formas diferentes em cada paciente, tanto em relação à sintomatologia quanto à extensão. Além das dores pélvicas, que podem levar até a incapacitação das mulheres de exercerem suas atividades habituais, deve-se prestar atenção na intensidade do ciclo menstrual, fadiga, diarreia e ou constipação (intestino preso) e dificuldade de engravidar. Estudos estimam que cerca de 40% das mulheres com essa condição podem ter algum grau de infertilidade.
Esperança
O primeiro passo para tratar a doença é procurar um médico ginecologista para conduzir e encaminhar a investigação dos sintomas com a ajuda de diagnósticos precisos. Confirmada a condição, recomenda-se o tratamento.
Há grandes avanços da condição medicamentosa e técnicas cirúrgicas precisas para a atenção individualizada de cada caso. Com o tratamento adequado, melhora-se muito a qualidade de vida e pode-se conviver com o diagnóstico da endometriose. Foto: Divulgação
Seja seguidor do Instagram do Blog @blogdoedvaldomagalhaes