
Manhã Rosa realiza mamografias em moradoras da comunidade Beira do Rio
14 de outubro de 2022Evento organizado Sociedade Brasileira de Mastologia Regional-Pernambucoa contece neste sábado, das 8h às 12h, no Recife Tênis Clube.
A Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Pernambuco, em parceria com Recife Tênis Clube e o Lucilo Ávila Diagnóstico, realiza neste sábado o evento a Manhã Rosa. A ação social vai possibilitar que cerca de 70 mulheres que residem na comunidade Beira do Rio, em Boa Viagem, possam fazer exames de mamografia. O evento integra a campanha do Outubro Rosa e começa a partir das 8h nas dependências do Recife Tênis Clube, localizado no bairro da Imbiribeira.
“O Outubro Rosa é muito importante para chamar atenção da população a respeito do diagnóstico precoce do câncer de mama”, afirma o médico mastologista Carlos Eduardo Caiado, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Pernambuco. Este ano, a Sociedade de Mastologia reforça a importância do diagnóstico precoce com a campanha “Quanto antes, melhor”. O médico Carlos Eduardo Calado destaca a necessidade das mulheres voltarem a fazer seus exames de rotina, pois o número de mamografias, por exemplo, caiu drasticamente no país desde o início da pandemia da Covid-19. A cada dez mulheres, nem duas fizeram mamografia em 2021, de acordo com dados do Observatório de Oncologia.
A ação social organizada pela Sociedade de Mastologia neste sábado, em parceria com o Recife Tênis Clube e o Lucilo Ávila Diagnósticos, busca reforçar também os benefícios da prática esportiva e de uma alimentação saudável (frutas da estação vão estar disponível para consumo durante o vento). Uma camisa alusiva ao Outubro Rosa, que custa R$ 60, foi confeccionada especialmente para a data. A renda obtida com a venda será revertida na compra de material cirúrgico para o Hospital do Câncer de Pernambuco.
CONSCIENTIZAÇÃO
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que 66.280 novos casos de câncer de mama virão à tona, para cada ano do triênio 2020-2022 “O câncer de mama está no topo. Mas as chances de você tratar a doença e obter a cura, quando se faz a descoberta do tumor logo no início, são grandes. Trabalhar em parceria com outras especialidades da medicina pode sim fazer toda diferença na mudança de hábito de alguns pacientes que já passaram pelo tratamento e desejam um novo estilo de vida”, explica o médico Carlos Eduardo Caiado.
“Campanhas como o Outubro Rosa são fundamentais porque ampliam o alcance das informações, fortalecem a importância do rastreamento – que são os exames de rotina e precisam ser feitos antes mesmo de a mulher ter qualquer sintoma – buscando o diagnóstico da doença ainda no estágio inicial e, portanto, tratável, curável”, reforça a radiologista Mirela Ávila, Diretora Médica do Centro Diagnóstico Lucilo Ávila.
NÚMEROS
O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer na população feminina em quase todas as regiões do Brasil, segundo dados atualizados do Instituto Nacional do Câncer. A exceção é a região Norte, com prevalência do câncer do colo do útero. Ainda segundo o Inca, a taxa de mortalidade por câncer de mama, referente à população mundial, foi 11,84 óbitos/100 mil mulheres, em 2020. No Brasil, as maiores taxas estão nas regiões Sudeste e Sul, com 12,64 e 12,79 óbitos/100 mil mulheres, respectivamente (INCA, 2022). Pernambuco tem uma taxa estimada de 12,35 óbitos para cada 100 mil mulheres.
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, no período 2016-2020, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,3% do total. Em 2022, estima-se que ocorrerão 66.280 novos casos da doença. Em dados percentuais, a mortalidade proporcional por câncer de mama é de 17,2% no Sudeste, 16,8% no Centro-Oeste, 15,6% no Nordeste e 15,5% no Sul. Lembrando ainda que a doença também acomete homens, mas com baixa incidência – eles representam cerca de 1% do total de casos.
DERRUBANDO MITOS
É importante enfatizar que apenas 15% das pacientes com diagnóstico de câncer de mama têm histórico familiar; 85% dos casos não têm qualquer relação com hereditariedade. “O tecido mamário, em si, é um tecido de risco”, alerta a radiologista Mirela Ávila. “Muitas pessoas, por medo ou desinformação, evitam o assunto e acabam atrasando o diagnóstico”, avalia. Ela reitera que quanto mais cedo a descoberta, mais chances para o êxito do tratamento: “A gente passa a ter uma possibilidade imensa de não apenas curar, mas também de não precisar de tratamentos mais agressivos”, acrescenta.
Quando a descoberta se dá em estágios iniciais, a cura do câncer de mama chega a 95%. Mamografias, para as mulheres com mais de 40 anos, e ultrassonografia, em pacientes mais jovens, devem ser utilizadas na busca por um diagnóstico precoce. E, mesmo em diagnósticos positivos, dependendo do caso, a quimioterapia pode até nem ser necessária, resultando num tratamento mais brando, com a preservação da mama, e uma qualidade de vida muito melhor. “É sobre perspectivas reais de vida que lidamos quando nos deparamos com diagnósticos precoces,” define a radiologista.
