Pernambuco inicia vacinação das pessoas com comorbidades incluindo grávidas e puérperas

Pernambuco inicia vacinação das pessoas com comorbidades incluindo grávidas e puérperas

29 de abril de 2021 0 Por blogem

Pernambuco recebeu, na manhã desta quinta-feira (29/04), mais 212.450 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 208.250 da Astrazeneca/Fiocruz e 4.200 da Coronavac/Butantan. Com essa nova remessa, será iniciada a imunização do grupo de comorbidades, além das grávidas e puérperas. Além disso, o insumo ajudará no avanço da primeira dose dos idosos entre 60 e 64 anos e nos trabalhadores de força de segurança e salvamento (Aztrazeneca), além da segunda dose (todo o quantitativo do Butantan) dos idosos. As vacinas já começaram a ser distribuídas no início da tarde para todas as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres), para que os municípios possam retirar seus respectivos quantitativos. Na operação logística montada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), os envios ocorrem pelas vias terrestre e, para o Sertão, aérea.

Neste primeiro momento, serão priorizadas no grupo de comorbidades todas as pessoas, entre 18 e 59 anos, com as seguintes condições: pessoas com doença renal crônica em terapia de substituição renal (diálise), obesidade mórbida, pessoas com síndrome de Down, pessoas transplantadas de órgãos sólidos ou medula óssea, pessoas vivendo com HIV e imunossuprimidos (indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas).

“A imunização deve seguir critérios epidemiológicos. Neste sentido, precisávamos garantir, primeiramente, a proteção dos idosos, grupo mais vulnerável e responsável por 75% do total de mortes por Covid-19 em nosso Estado. Agora, após o início da proteção para todos acima dos 60 anos, se faz urgente a proteção das pessoas com comorbidades, que também têm um risco agravado de óbito. Para se ter ideia, 60% das pessoas que morreram pela covid-19 em Pernambuco tinham algum tipo de comorbidade”, destacou André Longo durante coletiva online do Governo de Pernambuco.

Também estão inclusos nessa primeira fase o grupo de pessoas com comorbidades de 55 a 59 anos, pessoas com deficiência permanente cadastradas no programa de benefício de prestação continuada (BPC) de 55 a 59 anos e gestantes e puérperas com comorbidades, independentemente da idade. Essa população se baseia em recomendações do Ministério da Saúde (MS) e pactuação da Secretaria Estadual de Saúde junto aos municípios na Comissão Intergestores Bipartite (CIB).

“A inclusão das grávidas e puérperas, grupo estimado em 116.450 mulheres em nosso Estado, também é de extrema importância, já que os estudos apontam que a covid-19 aumenta o risco de morte para as grávidas, além de prematuridade nos bebês”, disse Longo.

Para comprovação das comorbidades, a SES-PE produziu um modelo de atestado para que um profissional de saúde informe a doença preexistente do paciente apto a receber a vacina contra a Covid-19. Nesse documento, é obrigatório constar carimbo, matrícula e/ou registro do conselho de classe. Em unidade de saúde da Família (natureza pública), médico e enfermeiro podem atestar. Nas policlínicas e unidades de saúde de natureza privada: apenas os médicos podem atestar. Além desse atestado, poderão ser anexados outros documentos para comprovação da comorbidade do paciente, como receitas, relatório médico, prescrição médica, entre outros que contenham carimbo da unidade com Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), bem como assinatura e carimbo do profissional responsável.

PFIZER – O quantitativo de doses para o grupo de comorbidades entregue hoje (Astrazeneca e Butantan) não contemplará os municípios de Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Recife, que irão receber as vacinas da Pfizer/BioNTech para essa população, como pactuado entre o órgão federal, Estado e municípios. De acordo com o Ministério da Saúde, as doses desse fabricante chegarão ao Brasil na noite desta quinta e seguirão para os Estados entre a sexta (30/04) e o sábado (1/05). Essa vacina também deve ser aplicada em duas doses, com um intervalo de 21 dias entre elas.

Diferentes das outras vacinas em uso no Brasil, a da Pfizer precisa ficar armazenada, inicialmente, entre -25°C e -15°C, mantendo nesta faixa de temperatura por até 14 dias. O Governo de Pernambuco já possui os equipamentos necessários para esse tipo de armazenamento, garantindo a conservação das doses para posterior fornecimento às cidades.

Pelas condições restritivas de armazenamento da vacina, as secretarias municipais de saúde irão fazer a retirada de doses em pequenas quantidades, para cerca de quatro dias de vacinação, já que os imunizantes só podem ser acondicionados em freezers comuns por poucos dias – nas salas de vacina, o armazenamento poderá ser feito entre +2°C a +8°C por até 5 dias.

“O Brasil contava com apenas duas vacinas para a Covid-19, o que é muito pouco para um país de extensão continental. A chegada do imunizante da Pfizer é muito importante, apesar do quantitativo pequeno, especialmente nessa etapa da vacinação, para os pacientes com comorbidades e imunodeprimidos”, pontuou o médico Eduardo Jorge, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações no Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19.

ATRASO NA 2ª DOSE – Ao responder os questionamentos da imprensa sobre o atraso na aplicação da 2ª dose da população que tomou a Coronavac/Buntantan, por falha do Ministério da Saúde, o médico Eduardo Jorge reforçou que é improvável que esse adiamento da vacinação cause algum prejuízo na resposta imunológica.

“É muito improvável que uma vacina com vírus inativado interfira na imunogenicidade no organismo. Por isso, eu fico tranquilo em dizer que esse atraso, como o de 10 dias que estimamos, não trará prejuízo na resposta da vacina”, pontuou.

DOENÇAS PREEXISTENTES – As comorbidades elencadas na campanha de vacinação contra a Covid-19 são: diabetes mellitus; pneumopatias crônicas graves; hipertensão arterial resistente (nos estágios 1, 2 e 3 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade); insuficiência cardíaca (ic); cor-pulmonale e hipertensão pulmonar; cardiopatia hipertensiva; síndromes coronarianas; valvopatias, miocardiopatias e pericardiopatias; doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas; arritmias cardíacas; cardiopatias congênita no adulto; próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados; doença cerebrovascular; doença renal crônica; imunossuprimidos; anemia falciforme; obesidade mórbida; síndrome de Down; e cirrose hepática.

DADOS EPIDEMIOLÓGICOS – Na análise da Semana Epidemiológica (SE) 16, que compreende o período entre 18 e 24 de abril, Pernambuco continua numa situação de estabilidade nos indicadores, mas em níveis ainda altos. Em relação aos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que compreende todos os casos suspeitos para a Covid-19, foram notificados, na SE 16, 1.564 registros, uma redução de 2% em relação à semana 15 (11 a 17/04) e queda de 12,5% na comparação com a semana epidemiológica 14 (4 a 10/04).

Em relação à Central de Regulação Hospitalar, houve uma redução de 1,5% nas solicitações por vagas. Nas solicitações de leitos de UTI, houve uma oscilação com 12 casos a mais entre as semanas 16 e 15 (aumento de 1,15%), mas, por outro lado, houve queda de 5% nas solicitações por leitos de enfermaria.

Durante a coletiva de imprensa do Governo de Pernambuco, na tarde de hoje, o secretário estadual de Saúde informou que, apesar de taxas de ocupação ainda elevadas, a oferta de leitos na rede estadual de Saúde já supera o número de solicitações ativas. “Isto significa que o paciente que necessita de internação, tendo condição de transferência, tem acesso imediato”, explicou André Longo, que também ressaltou que o momento ainda exige cuidados por parte de todos. “A situação ainda é grave, ainda temos sobrecarga no sistema de saúde e qualquer deslize pode ser fatal. A evolução da doença depende muito de nossas atitudes. Só vamos evitar novas perdas e uma nova aceleração do vírus se todos se conscientizarem”, concluiu.

BOLETIM COVID-19 – A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta quinta-feira (29/04), 2.511 casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 210 (8%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 2.301 (92%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 404.668 casos confirmados da doença, sendo 40.079 graves e 364.589 leves, que estão distribuídos por todos os 184 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha.

Além disso, o boletim registra um total de 343.063 pacientes recuperados da doença. Destes, 23.523 eram pacientes graves, que necessitaram de internamento hospitalar, e 319.540 eram casos leves.

Também foram confirmados laboratorialmente 99 novos óbitos (55 femininos e 44 masculinos), ocorridos entre os dias 08/11/2020 e 28/04/2021. As novas mortes são de pessoas residentes dos municípios de Afogados da Ingazeira (2), Araripina (1), Arcoverde (1), Belo Jardim (1), Bezerros (2), Bonito (1), Buíque (1), Cabo de Santo Agostinho (2), Camaragibe (6), Carnaíba (2), Carpina (1), Caruaru (1), Garanhuns (1), Glória do Goitá (3), Goiana (1), Gravatá (1), Igarassu (2), Iguaraci (2), Ipubi (1), Jaboatão dos Guararapes (5), João Alfredo (1), Moreno (2), Olinda (3), Ouricuri (1), Palmares (1), Passira (1), Paulista (4), Pesqueira (2), Petrolina (2), Pombos (1), Recife (31), Riacho das Almas (1), Salgueiro (1), São Bento do Una (2), São Lourenço da Mata (1), São Vicente Ferrer (1), Sertânia (1), Tabira (1), Timbaúba (3), Trindade (1) e Vitória de Santo Antão (1). Com isso, o Estado totaliza 13.967 mortes pela doença.

Os pacientes tinham idades entre 23 e 99 anos. As faixas etárias são: 20 a 29 (1), 30 a 39 (5), 40 a 49 (7), 50 a 59 (19), 60 a 69 (31), 70 a 79 (17), 80 ou mais (19). Do total, 73 tinham doenças pré-existentes: diabetes (34), doença cardiovascular (33), hipertensão (18), doença renal (10), doença respiratória (10), obesidade (8), tabagismo/histórico de tabagismo (6), doença neurológica (4), imunossupressão (3), etilismo/histórico de etilismo (2), câncer (2), doença de Alzheimer (2), histórico de AVC (2) e doença autoimune (1) – um paciente pode ter mais de uma comorbidade. Dois não tinham comorbidades e os demais seguem em investigação.

Com relação à testagem dos profissionais de saúde com sintomas de gripe, em Pernambuco, até agora, 28.573 casos foram confirmados e 49.307 descartados. As testagens entre os trabalhadores do setor abrangem os profissionais de todas as unidades de saúde, sejam da rede pública (estadual e municipal) ou privada. O Governo de Pernambuco foi o primeiro do país a criar um protocolo para testar e afastar os profissionais da área da saúde com sintomas gripais.

BALANÇO DA VACINAÇÃO – Pernambuco já aplicou 1.996.076 doses da vacina contra a Covid-19, das quais 1.352.508 foram primeiras doses. Ao todo, foram feitas a primeira dose em 235.207 trabalhadores de saúde; 25.073 povos indígenas aldeados; 34.008 em comunidades quilombolas; 6.192 idosos em Instituições de Longa Permanência; 467.584 idosos de 60 a 69 anos; 387.436 idosos de 70 a 79 anos; 102.358 idosos de 80 a 84 anos; 88.713 idosos a partir de 85 anos; 994 pessoas com deficiência institucionalizadas; além de 4.943 trabalhadores das forças de segurança e salvamento.

Em relação à segunda dose, já foram beneficiados 197.684 trabalhadores de saúde; 24.716 povos indígenas aldeados; 47 em comunidades quilombolas; 4.728 idosos institucionalizados; 103.905 idosos de 60 a 69 anos; 250.345 idosos de 70 a 79 anos; 40.377 idosos de 80 a 84 anos; 20.989 idosos a partir de 85 anos, além de 777 pessoas com deficiência institucionalizadas; totalizando 643.568 pessoas que já finalizaram o esquema.