Sindloja emite carta ao governador para o funcionamento do comércio de Caruaru

Sindloja emite carta ao governador para o funcionamento do comércio de Caruaru

18 de março de 2021 1 Por blogem

O Sindicato dos Lojistas do Comércio de Caruaru (Sindloja), que representa as empresas do comércio varejista de bens, serviços, turismo e gêneros alimentícios, torna pública a sua discordância com o novo decreto do governo estadual, sob nº 50.433, de 15/03/2021, que estabelece novas medidas restritivas e fechamento das atividades sociais e econômicas, no período de 18 a 28 de março de 2021. Leia a carta aberta, enviada ao governador.

CARTA ABERTA

Ao Sr. governador Paulo Câmara,

O Sindicato dos Lojistas do Comércio de Caruaru (Sindloja), que representa as empresas do comércio varejista de bens, serviços, turismo e gêneros alimentícios, torna pública a sua discordância com o novo decreto do governo estadual, sob nº 50.433, de 15/03/2021, que estabelece novas medidas restritivas e fechamento das atividades sociais e econômicas, no período de 18 a 28 de março de 2021.

Ciente do grave momento que a rede de saúde enfrenta, a entidade se coloca à disposição para colaborar com medidas que ajudem a amenizar essa crise, reforça que sempre defendeu a prevenção e a vida, viabilizando medidas para proteger a sociedade local e regional contra o avanço da covid-19.

No entanto, a entidade sindical reitera a importância de preservar empregos, empresas e renda da região, pelo que entende que o fechamento das atividades empresariais não é a melhor solução para enfretamento da disseminação do coronavírus.

O setor produtivo foi muito penalizado diante da suspensão de atividades e restrições de horários de funcionamento, considerando a não apresentação de quaisquer políticas públicas que amparem os empresários dos setores, inclusive com relação a benefícios emergenciais de proteção ao emprego, como foi o caso da lei
14.020/2020 e as medidas provisórias nº 928 e 936, os empresários se sentem jogados à própria sorte.

Desta forma, o Sindloja registra que os empresários estão no limite de um colapso financeiro, e infelizmente centenas de empresas poderão fechar as portas, pois tal
decreto inviabiliza a continuidade de atividades, ensejando possibilidade de demissões em massa.

Neste sentido, é do interesse da classe que medidas alternativas ao fechamento das atividades empresariais sejam aplicadas para o enfrentamento da pandemia. O Sindloja enviou no ano passado, através do secretário Alberes Lopes, protocolo com sugestões de medidas para combate à disseminação do coronavírus, que aproveitamos o momento para reforçar:

  • Escala de horários para o início das atividades econômicas: indústria 6h / construção
    civil 7h / serviços 8h / comércio 9h, tendo no final do turno também uma hora de
    diferença, dessa forma reduzindo a pressão no sistema de transporte público
    reduzindo dessa as aglomerações costumeiras.
  • Outra medida seria obrigar os ônibus a trafegarem com sua lotação máxima, sendo
    todos os passageiros sentados com máscaras e com as janelas abertas, não
    permitindo pessoa em pé.
  • Os transportes de aplicativos e táxi só permitirem no máximo dois passageiros no
    banco de trás.
  • Aumentar fiscalização em locais de possíveis aglomerações, como bares, festas,
    chácaras entre outros.
  • Fazer campanha de conscientização da população, inclusive pedindo apoio na
    fiscalização das normas de prevenção.
  • Reforçar as medidas já em uso, como a medição de temperatura, disponibilidade
    de álcool em gel para funcionários e clientes, garantir o distanciamento no
    atendimento e zelar pela higienização dos ambientes internos das empresas.

Defendemos que o distanciamento social não seja sinônimo de proibição do trabalho
e fechamento de atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do
município não possuem aglomerações, devido as dificuldades geradas pela crise.
Dentro das lojas temos ambiente controlado, são raras as que possuem vários
compradores simultâneos e as que possuem conseguem manter número suficiente
para garantir o distanciamento necessário, a contaminação do covid-19 não está
acontecendo no ambiente das empresas.

Por fim, reiteramos ao governador do Estado de Pernambuco que as medidas
restritivas e de fechamento do comércio sejam apresentadas e debatidas
previamente com as entidades representativas, bem como que não sejam editados
outros decretos neste sentido, pois registramos a necessidade de políticas públicas
de vacinação, fiscalização contra aglomerações e aplicação das medidas sanitárias,
além da possibilidade eventual de escalas de horário para atividade econômica como
um todo.

Registramos que o objetivo maior do Sindloja é garantir a saúde, emprego, renda e
qualidade de vida aos empresários e trabalhadores.

Caruaru, 18 de março de 2021.

Atenciosamente,
Sindicato dos Lojistas do Comércio de Caruaru (Sindloja)