
Secretaria de Saúde-PE divulga aulas virtuais para o acompanhamento das crianças com Síndrome Congênita do Zika (SCZ/Microcefalia)
9 de novembro de 2020O cenário de pandemia da Covid-19 exigiu adequação na assistência à saúde das crianças diagnosticadas com a Síndrome Congênita do Zika (SCZ/Microcefalia) e uma das etapas desse novo modelo de acompanhamento é a oferta de material on-line para auxiliar os profissionais de saúde e as famílias no cuidado com esse público. Depois de produzir vídeos educativos com foco nos familiares, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) lança cinco videoaulas sobre o cuidado terapêutico dessas crianças. O material, destinado aos trabalhadores de saúde das áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional, já está disponível no www.youtube.com/esppe, com acesso livre e gratuito. A produção foi uma parceria da Diretoria Geral de Gestão Regional em Saúde, por meio do Núcleo de Apoio às Famílias de Crianças com a SCZ/Microcefalia, com a Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco (ESPPE).
“Crianças com alterações congênitas causadas pelo zika costumam apresentar um quadro de síndrome de amplo espectro e as terapias são fundamentais para o desenvolvimento desse público. Reunimos algumas profissionais de referência na rotina de cuidados das crianças em Pernambuco e montamos as aulas virtuais para estimular aqueles que trabalham com reabilitação a fazerem novas reflexões acerca das práticas terapêuticas”, destaca a coordenadora do Núcleo de Apoio às Crianças com Microcefalia, Laura Patriota.
Os temas das videoaulas são: “Família em tempos de pandemia – intervenções psicológicas”, ministrada pela psicóloga Ana Carla Freitas; “A construção de um plano terapêutico ocupacional para a criança com SCZV no contexto da pandemia” e os “Elementos da avaliação terapêutica ocupacional da criança com deficiência”, ambas explanadas pela terapeuta ocupacional Soraida Cruz; “Atuação fonoaudiológica nas SCZV em tempos de pandemia”, pela fonoaudióloga Thaisa Lima; e “Atuação fisioterapêutica nas SCZV em tempos de pandemia”, pela fisioterapeuta Alessandra Calado.
TELEASSISTÊNCIA – A pandemia do novo coronavírus mudou a forma de acompanhamento desses pacientes. Visando a continuidade da assistência e reduzir a exposição da população com a SZC, a SES-PE precisou mobilizar suas equipes para não deixar esse público desassistido. As crianças com a SZC, outras doenças raras e deficiências foram as primeiras contempladas com teleconsultas na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio da Telessaúde SES-PE, foram ofertadas mais de 9 mil teleconsultas entre os meses de março e setembro de 2020. Também foram realizados o telemonitoramento de 53 crianças e familiares com síndrome gripal para encaminhamento via teleconsulta com infectologista de referência.
Para os familiares, ainda foram disponibilizados, ao longo do ano, vídeos educativos com temáticas envolvendo mobilidade; dispositivos ortéticos; o ambiente domiciliar; saúde mental a atividade da vida diária, com o intuito de apoiar e orientar sobre o cuidado e acerca dos estímulos no ambiente domiciliar. Neste período ainda foi realizada uma web palestra com a participação dos familiares, profissionais de saúde e estudantes.
HISTÓRICO – Pernambuco foi o primeiro Estado do país a notificar, em outubro de 2015, a mudança do padrão da microcefalia, constatando depois se tratar de uma nova doença: a Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZ/microcefalia). Desde o início das notificações, o Estado confirmou 468 casos. A Secretaria Estadual de Saúde, à época, logo estruturou um sistema de vigilância para este evento, organizando uma rede de atenção e acompanhamento das gestantes, das crianças com microcefalia e de suas famílias, além de elaborar protocolos de atendimento a essa população, servindo de referência para o protocolo nacional. Pernambuco também tomou uma iniciativa pioneira no Brasil de fomento à pesquisa científica nessa área.
Inicialmente, Pernambuco contava com apenas duas instituições que atendiam as crianças com microcefalia: o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) e a AACD. Atualmente, há 35 unidades de referência estaduais, em todo o território pernambucano, que prestam atendimentos relacionados à SCZ/microcefalia (Ver lista abaixo). Em 2016 ainda foi criado o Núcleo de Apoio às Crianças com Microcefalia, com o objetivo de monitorar e acompanhar, de modo regionalizado, os pacientes durante toda a linha do cuidado, além de prestar apoio às famílias e desenvolver estratégias para garantir seus direitos.
“Nossas unidades de atendimento estão espalhadas pelas 12 Gerências Regionais de Saúde, contando assim com, no mínimo, um serviço estadual de referência para reabilitação em cada uma delas. Isso tem um impacto importante para que os pacientes não precisem percorrer grandes distâncias em busca de suporte. Mantemos o contato constante com essas famílias buscando suprir as necessidades de saúde dessas crianças”, afirma Laura Patriota.
DADOS – No ano de 2020, até o momento, não foram confirmados novos casos da Síndrome Congênita do Zika/Microcefalia em Pernambuco. Em anos anteriores, os casos confirmados por ano de nascimento são os seguintes: 2019 (3), 2018 (2), 2017 (10), 2016 (99) e 2015 (354).
Unidades de Referência (35):
I Geres: Hospital Barão de Lucena (HBL), Hospital Agamenon Magalhães (HAM), Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Hospital Getúlio Vargas (HGV), Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam/UPE), Centro de Doenças Raras de Pernambuco, Hospital João Murilo, Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), Fundação Altino Ventura (FAV), Hospital das Clínicas (HC/UFPE), Apami Vitória;
II Geres: Hospital Ermírio Coutinho, UPAE Limoeiro, CER Limoeiro
III Geres: Hospital Regional Sílvio Magalhães
IV Geres: Hospital Jesus Nazareno, Hospital Mestre Vitalino (HMV), Unidade Pernambucana de Atenção Especializada (UPAE) Caruaru, UPAE Belo Jardim
V Geres: Hospital Regional Dom Moura, UPAE Garanhuns
VI Geres: Hospital Regional Ruy de Barros Correia, CER-IV Mens Sana, UPAE Arcoverde
VII Geres: UPAE Salgueiro
VIII Geres: Hospital Dom Malan, UPAE Petrolina
IX Geres: Hospital Regional Fernando Bezerra, UPAE Ouricuri
X Geres: Hospital Regional Emília Câmara, UPAE Afogados da Ingazeira
XI Geres: Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam), UPAE Serra Talhada
XII Geres: Hospital Belarmino Correia