Aumenta número de empregados entre reeducandos do regime aberto pelo terceiro mês consecutivo

Aumenta número de empregados entre reeducandos do regime aberto pelo terceiro mês consecutivo

30 de abril de 2021 0 Por blogem

 Um total de 1.275 reeducandos que cumprem pena nos regimes aberto e livramento condicional estão em atividades remuneradas atualmente no estado.  Este número vem crescendo pelo terceiro mês consecutivo, em janeiro, eram 1.251 e em fevereiro, 1.266.  Os dados são do Patronato Penitenciário, órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), que realiza atendimento psicossocial a esse público e mantém convênios de empregabilidade com 30 empresas, entre públicas e privadas.

Entre as parcerias públicas, as prefeituras de Olinda e do Recife são as que mais contratam apenados para atividades de limpeza de ruas e praças, serviços gerais, pedreiro, soldador, pintor, entre outras ocupações. Só a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), admitiu, no mês passado, 50 homens.  Juntas as duas cidades somam 470 chances de trabalho para esse público. Também abrem as portas para a ressocialização as prefeituras de: Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Paulista, Caruaru e Petrolina.

Na lista das empresas privadas, o maior número de pessoas privadas de liberdade está nas indústrias de materiais de construção. De acordo com o Setor de Empregabilidade do Patronato Penitenciário, o reeducando é selecionado em um banco de talentos, conforme o perfil solicitado pela empresa parceira. Em seguida ele é submetido a uma entrevista no órgão, verificada sua situação e depois encaminhado para a empresa.

“Apesar do momento de crise que estamos passando a empregabilidade entre os reeducandos aumentou porque o Governo de Pernambuco tem investido na educação e qualificação profissional dos cumpridores de pena acompanhados pelo Patronato, por isso essa mão de obra se tornou mais atrativa para contratação pelo mercado de trabalho. As  empresas  estão reconhecendo a importância de ressocializar pelo trabalho, e a contratação não tem tanto ônus trabalhistas”, explica Pedro Eurico, secretário de Justiça e Direitos Humanos.

Com o convênio de empregabilidade, regulamentado pela Lei de Execução Penal, o empregador fica isento de encargos trabalhistas, como FGTS, 13º salário e férias. A redução é de aproximadamente 40% na despesa com o reeducando. Pode promover jornadas de trabalho de até 40 horas/semanais e utilizar a iniciativa como prática de responsabilidade social da empresa.      

Para o secretário de Gestão Urbana de Olinda, Marconi Madruga, “o objetivo da contratação dos reeducandos  não é apenas usar a mão de obra deles, é ensiná-los  e colaborar para que eles possam voltar a viver socialmente”. No município o grupo está distribuído em diversas áreas, como defesa civil, drenagem, recuperação do sítio histórico, entre outras.

“O Patronato Penitenciário me deu uma oportunidade que nunca tive na vida, fiz o curso de eletricista e trabalho no próprio órgão como auxiliar administrativo, onde sou muito grato, destaca Carlos  José Gomes da Silva, 33, que cumpre o regime aberto e, atualmente, ainda faz faculdade de Análise de Desenvolvimento de Sistemas.
 
*Regime Fechado –*
Além dos regimes aberto e liberdade condicional, os reeducandos do fechado e semiaberto também exercem atividades remuneradas. Convênios firmados entre a Secretaria Executiva de Ressocialização e empresas de diversos segmentos possibilitam a empregabilidade de 360 detentos. Além do resgate da cidadania, eles ganham remição de pena e salário, conforme a Lei de Execuções Penais. Entre as atividades que contam com o trabalho deles estão: confecção de artigos para cama, mesa e banho; produção de esquadrias de alumínio, telhas e chapas para revestimento; serviços gerais como, capinação, jardinagem, pintura, varrição, manutenção e recuperação de praças, prédios e logradouros.

Fotos: Divulgação e Ray Evllyn