Autores de pequenos delitos prestam serviços de limpeza e manutenção

Experiências vividas numa unidade de saúde e num parque ecológico mostram a busca do cumpridor pela cidadania e ressocialização, através do trabalho.

G.F. 38 anos, cumpre pena de prestação de serviços, na Unidade Mista de Pontas de Pedra, no município de Goiana, Região Metropolitana do Recife, sempre aos domingos. “Eu venho pra cá fazer os serviços no fim de semana, porque trabalho como pedreiro nos outros dias. Vou cumprir por dois anos, gosto daqui. Pagando a pena dessa forma eu posso trabalhar e sustentar minha família”. O homem realiza serviços de limpeza nas dependências e no jardim da unidade. Ele foi encaminhado pela Gerência de Penas Alternativas e Integração Social (Gepais), órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH).

Outra experiência de pena alternativa através do trabalho encontra-se no Parque Severino Montenegro, o maior parque urbano de Caruaru, no agreste. No local, cinco cumpridores realizam limpeza, varrição da pista de cooper, recolhimento do lixo e capinação. Um deles é M. P. S., uma mulher de 33 anos. “Estou aqui desde o ano passado e vou cumprir a pena alternativa por três anos. É uma oportunidade que me foi dada e estou muito satisfeita, porque posso conviver em sociedade e com os meus filhos. Se pudesse voltar a atrás não faria mais o que fiz, mas agradeço a oportunidade”, conclui.

A Gepais possui atualmente 2.464 cumpridores, e desse total, 877 cumprem a prestação de serviços em 746 instituições parceiras. Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, a prestação de serviços configura a forma mais adequada e edificante de alternativa penal. “É através dessa modalidade que o cumpridor efetivamente contribui para a comunidade em que está inserido e reflete sobre o delito cometido, configurando o sentido máximo da palavra ressocialização”, destaca.

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